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A integração de variadas experiências profissionais, acadêmicas e pessoais me permite atuar na clínica a partir de uma perspectiva abrangente, na busca da superação de traumas, crenças limitantes, travas individuais, sem perder o olhar para os relacionamentos e sistemas de inserção dos indivíduos.

Perguntas Frequentes

O que é trauma e como identificá-lo?

O trauma tem o potencial de afetar nosso sentimento básico de estabilidade, segurança, confiança em nós mesmos, nos demais e na vida em geral. As pessoas traumatizadas desenvolvem crenças negativas e percebem seu horizonte estreitar-se com a limitação de escolhas. Repercute no funcionamento cerebral, nas interações, na autoestima, padrões de apego, aprendizagens e estruturação da personalidade de forma geral. 

 

A trajetória da humanidade está permeada de eventos potencialmente traumáticos como guerras, massacres, escravidão, abusos e injustiças de toda ordem. Muitas vezes as pessoas se adaptam e superam adversidades, mas as experiências traumáticas e suas conseqüências deixam marcas na sociedade. A natureza traumática de uma experiência é também determinada pelos significados que a pessoa dá ao evento, e a atribuição de significados, por sua vez, está relacionada com valores socioculturais.

Traumas estão na base de muita psicopatologia.

O Estudo ACE: Experiências Adversas de Infância envolveu 17.000 pessoas e foi feito de 1995 a 1997, com acompanhamento dos participantes nos 15 anos seguintes. A adversidade é a exposição a um conjunto de circunstâncias  desfavoráveis ao desenvolvimento humano, envolvendo abuso e negligência, com sofrimento acima do tolerável pela criança.

A pesquisa aponta ligação direta entre adversidades que as pessoas vivem na infância até os 18 anos de idade, com patologias na idade adulta. Essas experiências afetam neurobiologicamente o cérebro das crianças, levando a condutas de risco. E são muitas as crianças que vivem freqüentemente situações de luta, fuga ou congelamento.

 

O que está ocorrendo no cérebro?

“No trauma, o cérebro perde a capacidade de distinguir passado e presente e, como resultado, não consegue adaptar-se para o futuro.” Robert Scaer, 2005. 

Quando o cérebro é submetido a estresse crônico, o indivíduo perde qualidade de vida. 

Ao percebermos uma ameaça ou perigo, nossa amígdala cerebral é ativada e ficamos prontos para lutar contra o perigo, fugir da ameaça ou, se nada disso parecer possível, congelar em busca de proteção. A fisiologia é automaticamente disparada e pode ser protetiva ou reativa. O trauma não é uma doença, mas uma experiência humana enraizada nos instintos de sobrevivência.

Quando alguém passa por uma situação potencialmente traumatizante e não se recupera espontaneamente, fica traumatizado. As consequências às vezes surgem de forma evidente, mas em outras podem ser sutis, sem aparentar ligação direta com o ocorrido.

O que acontece com a memória em situação de trauma?

memória traumática difere da memória comum. Ao ser indagado sobre o cardápio do almoço de quinta-feira da semana passada, um indivíduo provavelmente responderia: “Não tenho a menor ideia”. Neste caso, a memória dispersou-se no passado. A memória do trauma, contudo, guarda detalhes visuais, às vezes auditivos, às vezes físicos, às vezes emocionais, como se tivesse ocorrido há pouco tempo.

O indivíduo pode lembrar-se dos sons ambientes, dos talheres, das bebidas, do sabor dos alimentos. A memória fica, portanto, registrada e congelada no cérebro, principalmente no hemisfério direito, grande responsável por administrar nossas emoções. Por outro lado, as ferramentas que nos permitem conferir novo significado à experiência e deixá-la finalmente no passado se encontram no hemisfério esquerdo, responsável por nossa objetividade e racionalidade.

Memórias traumáticas guardam registro de experiências traumáticas que podem moldar a personalidade interferindo nas escolhas, no modo de vestir-se, alimentar-se, nas formas de se relacionar. Às vezes a pessoa manifesta sintomas de trauma frente a um evento aparentemente inócuo; o evento somente aflorou emoções e sensações físicas anteriores, relativas a um trauma bloqueado na memória. Traumas envolvem memórias Explícitas e memórias Implícitas, ou seja, memórias que envolvem experiências das quais a pessoa não lembra.

Como o EMDR funciona?

A focalização de elementos da memória traumática e a estimulação bilateral (visual, auditiva ou tátil) promovem o “diálogo” entre os hemisférios cerebrais e a “metabolização” (reprocessamento) do trauma. Em pouco tempo, o indivíduo tem a sensação de maior distanciamento da perturbação traumática. Espontaneamente começa a reavaliar a experiência a partir de uma perspectiva mais otimista. É comum que após o reprocessamento a lembrança do que antes era uma morte traumática perde seu poder de ferir e a pessoa é capaz de resgatar as lembranças de bons momentos. A partir dessas conquistas, a pessoa organiza-se melhor, passa a desfazer-se de sentimentos de culpa inadequados, consegue planejar um futuro melhor e se permitir desejar coisas boas para si.

A Terapia EMDR é uma abordagem focal e integrativa,  baseada no processamento de informações do cérebro; é um processo psico-neurobiológico. Portanto, não é uma terapia baseada na fala. Ela atua potencializando a elaboração de conteúdo emocional perturbador. Promove dessensibilização e reprocessamento de eventos traumáticos, incidentes críticos, autoestima prejudicada, adições, fobias, e vários transtornos mentais. Além disso, também fortalece estados mentais positivos.

Quais são as contra-indicações do EMDR?

Atualmente a Terapia EMDR está sendo usada ao redor do mundo com adição de cuidados e adaptações variados, muito mais do que com restrição de uso em quadros específicos. Progressivamente sua utilização se amplia.

E se não tenho um trauma identificado ou não me lembro de algum, ainda assim posso optar pelo EMDR?

Na dúvida entre carregar um peso emocional desnecessário pela vida ou experimentar uma intervenção com EMDR, tente a segunda alternativa. Busque sempre o conselho e ajuda de um terapeuta para realizar os processos de acordo com a sua necessidade.

Às vezes a pessoa manifesta dificuldades e sintomas que não relaciona com traumas vividos, mas isso não significa que ela não tenha registro de experiências traumáticas, que podem inclusive estar fora da consciência.

Quais são os riscos do método?

Como qualquer forma de psicoterapia que promove mudanças mais profundas, o EMDR deve ser utilizado por profissionais bem preparados que levem em conta as condições do indivíduo em todas as suas dimensões e tome os cuidados necessários para cada paciente.

Em que siturações o EMDR pode ser usado?

Quando foi criado, o EMDR foi utilizado no tratamento de TEPT, tendo sua aplicação sido ampliada na prática clínica, principalmente em casos de transtorno de ansiedade generalizada, fobias, síndrome de pânico, depressões, disfunções sexuais, doenças psicossomáticas, dores crônicas, estratégias de coaching e outras questões. Alguns medicamentos como benzodiazepínicos e anticonvulsivantes parecem interferir negativamente no reprocessamento, assim como anfetamina e cocaína.

Existem restrições de uso nos casos de quadros psicóticos agudos ou condições orgânicas que sejam agravadas em decorrência de emoções intensas. Há necessidade de cuidados específicos ao usar EMDR com dependentes químicos, já que a evocação do trauma intensifica a ansiedade, podendo ocorrer maior consumo de substâncias psicoativas em determinadas fases do tratamento. Como os traumas emocionais podem despertar emoções intensas e ab-reações, somente psicoterapeutas credenciados pelo EMDR Institute podem fazer uso dessa forma de psicoterapia, que inclui cuidados específicos e até mesmo restrições de uso, em determinadas situações.

EMDR e Crianças

 

As crianças estão sujeitas a traumas, desde muito cedo e em caso de precisarem de tratamento, quanto antes isso for feito, menor o tempo de sofrimento pelas consequências das memórias traumáticas em sua vida e na família toda. Frequentemente o tratamento é mais rápido com crianças do que com adultos.

Quando um bebê é inundado de maneira persistente por traumas, ou /e negligência de suas necessidades básicas, certos circuitos cerebrais tornam-se desorganizados.

Negligência, mau trato físico, sexual ou emocional de crianças, assim como trocas frequentes de figuras de apego durante os primeiros anos de vida afetam o desenvolvimento de estruturas do cérebro que regulam as emoções e a memória. Emoções intensas com muito estresse podem ativar o sistema de alerta primitivo do cérebro, desencadeando reações neurofisiológicas e emocionais instintivas. Esse processo usa energia que seria usada para o crescimento e desenvolvimento normais.

O período de exposição ao trauma na vida de uma criança determina sintomas que ela desenvolve para lidar com ele. Os efeitos negativos do trauma crônico sofrido durante a primeira infância são profundos e duradouros. Podem levar a sérios transtornos emocionais afetando o funcionamento do ser humano a curto, médio e longo prazo.

Muitas vezes o trabalho com EMDR vai além de tratar os traumas, buscando a reparação do Apego e nesses casos o tempo de tratamento é maior. É preciso restabelecer sentimentos básicos de segurança, confiança em si e no mundo ao redor. Retomar seu crescimento e desenvolvimento emocional e às vezes até mesmo físico, que pode ficar estacionado na idade em que os traumas ocorreram. É preciso ajudar a criança a desenvolver recursos que não teve oportunidade de aprender ou desenvolver.

O tratamento de crianças com a Terapia de EMDR costuma apresentar resultados muito bons, mesmo em crianças pequenas, sendo que a família muitas vezes é envolvida no processo. O EMDR é adaptado para o uso com crianças, e essa já é uma especialização dentro da Abordagem porque é preciso manejo adequado para crianças.

EMDR e Famílias

Quando alguém vivencia uma situação traumática e não dá conta de processar e integrar dentro de seu espectro de possibilidades pessoais, o sistema de processamento de informação dessa pessoa é inundado e desativado pelo trauma, fazendo com que a informação obtida no momento do incidente fique congelada e intacta. Assim se manteriam incólumes as imagens, emoções e crenças geradas no momento original, perdurando sem mudanças ao longo da vida da pessoa. As lembranças de um trauma não entram na narrativa de vida do sujeito, enquanto nossas recordações habituais vão mudando ao longo do tempo.

Dessa forma, a pessoa traumatizada fica mais distante da família no que diz respeito ao trauma, já que ficou com parte sua congelada, sem trocas e atualizações familiares. Na Terapia de EMDR é possível lidar com os traumas recentes e antigos, e a partir daí mobilizar recursos positivos que estavam inacessíveis devido ao bloqueio do trauma, e reprocessar as crenças limitantes em sua vida. Quando reprocessa os traumas, o potencial da pessoa fica mais acessível. Esses recursos individuais já mais acessíveis são então integrados na vida familiar.

Ao mesmo tempo, os recursos externos, provenientes da rede familiar e social em que cada indivíduo está inserido, formam o suporte de apoio, para que a pessoa lide com suas dores e limitações. A rede familiar e social se enriquece com as mudanças positivas vivenciadas por quem faz EMDR, uma vez que a tendência é haver maior integração das partes do eu e mais aceitação pessoal e dos outros.

As sessões de EMDR são feitas individualmente, sem a presença da família, mas às vezes é recomendável alternar sessões individuais e sessões familiares. Citando exemplo de caso: uma mãe deprimida, mais afastada, permanecia muito tempo em sua cama. Com isso deixou espaço para que os 2 filhos adolescentes almoçarem em frente à televisão, e cada um tomasse suas decisões, tendo pouca supervisão dos pais. Isso resultou em uma situação de perda de poder da mãe na família e um grande afastamento do casal. Ao reprocessar seus traumas, ela foi recobrando o poder, liberando seu potencial e superou a Depressão. Em consequência surgiram novos problemas com os filhos e o marido, e nesse caso as sessões familiares aceleraram o processo de acomodação da família, nessa nova fase que começava.

Nas sessões familiares, a família lida com as repercussões das mudanças do familiar que faz o EMDR. Ao mesmo tempo, as mudanças familiares vão interferindo nos movimentos individuais de melhoria em questões específicas, e consequentemente, na qualidade de vida de cada um. Em muitas vezes, as mudanças ocorridas no EMDR são rápidas e a família tem dificuldade para adaptar-se ao que está surgindo com seu familiar, e consequentemente, interferindo na dinâmica da família.

EMDR e Casais

Os problemas de um casal precisam ser analisados de forma conjunta, mas também vendo a parte individual de cada um, além dos sistemas em que estão envolvidos, como cultura, religião e família extensa. O EMDR por ser uma abordagem focal e integrativa, funciona muito bem para a ajudar um casal a abrir possibilidades que não conseguia até então, de redirecionar sua trajetória, incluindo novas soluções.

As sessões de processamento dos membros do casal podem acontecer em sessões conjuntas ou de forma privada. Com cada uma das duas pessoas envolvidas, em separado. Cada um dos dois estando mais curado de suas “feridas emocionais” acessa melhor seu potencial e fica mais livre para o relacionamento com o outro. Nas sessões de processamento com EMDR cada um pode tratar suas memórias e crenças pessoais, que estão limitando as interações conjugais. As sessões conjuntas focam as interações problemáticas que acontecem na dinâmica do casal, levando em conta as posições individuais frente a essas dinâmicas. Porém, é fundamental o espaço individual para que cada um possa lidar com suas vulnerabilidades.

 

EMDR, Adições e Compulsões

Adição e Compulsão são condições complexas. A pessoa comumente levou tempo para estruturar condutas, pensamentos de forma mal adaptativa, e vai levar tempo para desarmar e reestruturar uma nova vida. Geralmente é preciso acompanhamento medicamentoso, especialmente nas fases iniciais, e em termos ideais, uma equipe deve contribuir para a recuperação da pessoa que está lutando com essas questões: médico, nutricionista, psicoterapeuta, família, etc.

É uma maneira disfuncional de enfrentar as dificuldades da vida. A pessoa tenta “medicar” a dor emocional, proveniente de lembranças que não foram processadas de forma adaptativa. Nesse estado, não se consegue realizar aprendizagem de novos comportamentos devido às lembranças dolorosas e traumas anteriores. O indivíduo não percebe que tem escolha entre fazer ou deixar de fazer algo.

Para livrar-se da Adição é preciso alcançar a sobriedade e esse pode ser um processo curto ou longo, mas necessário. Essa fase ainda não é a “cura”, mas cria espaço onde se pode lidar com as lembranças traumáticas e a recuperação emocional. A sobriedade permite romper o círculo vicioso da adição. A mudança neuroquímica nos hábitos leva no mínimo 21 dias para acontecer. Há diferentes tipos de Adições e Compulsões: dependência química, compulsão alimentar, adição à pornografia, dependência de drogas e álcool, tabagismo e outras.


O processo de recuperação tem três etapas:

  • Diagnóstico – levantamento da situação.
  • Terapêutica – tratamento das dificuldades e dessensibilização das lembranças dolorosas, que são os traumas.
  • Aprendizagem – desenvolvimento de novas condutas mais funcionais.

 

É preciso reprocessar os traumas e os disparadores que levaram a pessoa a atuar na adição e compulsão, e romper os condicionamentos secundários que servem de disparadores para a atuação. As lembranças processadas de forma não adaptativa fazem parte da causa do comportamento aditivo /compulsivo, além da vulnerabilidade genética, e comportamentos ou condutas aprendidas desde a infância e adolescência.

Além do trabalho de reprocessamento é preciso aprender novas condutas mais funcionais. Desenvolver habilidades mais funcionais para viver o futuro de maneira mais adaptativa e saudável. Recuperar-se significa enfrentar e aprender novas formas de viver, e o EMDR tem o poder de restaurar a possibilidade de escolher. Na medida em que a pessoa vai “digerindo” lembranças passadas, adquire cada vez maior possibilidade de escolher como quer viver no presente e no futuro.

EMDR e Desenvolvimento profissional

Nossas atitudes, pensamentos, sentimentos, escolhas, são sempre a partir do que acreditamos, de como vivenciamos as situações cotidianas. Cada pessoa tem seus próprios filtros, usa seus próprios óculos para viver. Quanto mais alguém puder superar suas dificuldades, aumenta suas possibilidades de atingir um desenvolvimento mais pleno de seu potencial humano de forma geral, incluindo o trabalho.

A terapia de EMDR visa promover uma resolução apropriada, adaptativa e ecológica às queixas atuais do cliente e incorporar novas habilidades, comportamentos e crenças positivas sobre si mesmo, otimizando sua capacidade de responder ao contexto atual de vida.

Reprocessando memórias do passado que impedem a pessoa de viver melhor no presente, melhora-se o acesso ao potencial para realização profissional. Quando alguém faz um treinamento para melhorar uma competência profissional requerida em seu trabalho, é comum chegar a pontos ligados a memórias traumáticas e nesses casos o EMDR atua “destravando” a pessoa em seus impedimentos pessoais.

EMDR e Doenças Psicossomáticas

Durante a vida, nossas memórias vão sendo “armazenadas” em redes associativas de memórias no cérebro e se tornam a base da percepção, das atitudes e comportamentos de cada um. Elas afetam relacionamentos, formas de se vincular aos demais. As experiências são traduzidas em memórias fisicamente arquivadas, então o EMDR pode ser útil para tratar memórias somáticas e alguns distúrbios psicossomáticos.

Temos atendido muitas pessoas com queixas de doenças psicossomáticas e dores. A dor pode acontecer por inúmeras razões; normalmente é sinal de que alguma coisa não está bem. Entretanto, às vezes a dor pode persistir além do que se considera funcional e a longo prazo, pode ocasionar mudanças no sistema nervoso que podem inclusive, passar a manter a dor. O EMDR é um meio de estimular o sistema nervoso com objetivo de ajudar na mudança das respostas a dor.

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